Foi no passado dia 17 de setembro de 2024, durante uma reunião de grupo de vida, que fomos desafiados pelo padre Pedro a abraçar o convite de fazer a Aliança de Amor, de forma particular e individual, mas também em grupo, no Santuário original.

Com uma preparação semanal, todas as terças-feiras, fomos aprendendo sobre a Aliança com o padre Pedro, a Carolina, o Álvaro, o padre Gonçalo e o padre Lorenzo. Com aqueles que, como nós, em tempos, passaram pelo mesmo. Mais do que a amabilidade destas presenças ou da erudição das suas palavras, o que mais ficava e mais marcava era o sempre o verdadeiro testemunho de vida de Aliança que fomos ouvindo e que serviu de motivação para a viagem que nos esperava.

É engraçado que ainda assim, chegados a Schoenstatt, em conversas e partilhas, surgia sempre o tema de uma certa “impreparação”. A verdade é que à medida que se aproximava o tão grande passo que iríamos dar, cada vez mais surgia um confronto com a consciência deste compromisso: dramático na sua seriedade, mas magnifico na sua beleza.

E o que é que significa Schoenstatt? Schoenstatt significa “lugar bonito” – fazendo assim jus à paisagem encantadora e à atmosfera de paz que envolve cada um dos vários santuários. Desde os vales infindáveis, ao silêncio absoluto, às manhãs de geada e orvalho…

Foi uma semana de graça. Poder ver de perto a vida e a obra do Padre Kentenich, que desde uma secreta ideia predileta, ousada e quase demasiado audaz, fez nascer um movimento de ação apostólica com frutos pelos quatro cantos do mundo. Toda a dinâmica dos primeiros congregados: fervorosos na bondade; impetuosos na humildade; serenos na entrega total; irrepetíveis no exemplo.

O dia da aliança é um daqueles momentos da nossa vida cuja redução a escrito, pela sua profundidade e beleza, se torna um risco. Mas vale a pena corrê-lo, para que a memória não se perca.

Começámos o dia a visitar a “casa-museu” do Padre Kentenich. Vimos, com os nossos próprios olhos, a caixa de pastilhas onde, na prisão, fazia entrar as hóstias para celebrar a missa, de forma imperativa e diária. Lemos textos onde falava sobre a nossa tão querida Fátima. E acabámos a manhã na antiga sacristia onde a morte veio ao seu encontro, para tornar definitiva a sua relação com Cristo. Ali, cantamos um “Reinisch” de corpo e alma, cada um com a mão pousada no túmulo onde jaz o seu corpo, sob o lema DILEXIT ECCLESIAM – amou a Igreja.

A tarde foi de retiro. Individualmente, num sítio escolhido por cada um, foi tempo de encontro com Cristo na oração. Foi, sobretudo, o retiro final de preparação da aliança. Celebrámos missa e jantámos um asado argentino preparado pelos seminaristas e às 23h da noite seguimos para o santuário original.

Da aliança de amor guardo com particular memória as palavras que o Padre Pedro nos dirigiu a cada um: “Fidelidade por fidelidade”. Por um lado, fidelidade nossa para com o Santuário, para com todo o movimento e para com Nossa Senhora. Fidelidade na oração diária, no compromisso com esta vida de santidade, na luta incansável por nos tornarmos homens firmes, livres e sacerdotais. Fidelidade à comoção com a verdade, ao entusiasmo do bem, ao deslumbre da beleza. Fidelidade à vontade de viver cada dia como se fosse o primeiro, o último e o único.

Por outro lado, fidelidade de Nossa Senhora, que surge na nossa vida como o derradeiro exemplo de humildade, de confiança, de prontidão, de entrega, de simplicidade, e de um número infindável de tantas outras coisas que na sua vida se resumem a uma: fidelidade de Nossa Senhora como nossa Mãe. Que cada dia nos acolhe, transforma e envia como seus filhos. E que aceitou carregar no seu ventre o peso do mundo, dando à luz Aquele que hoje coloca diante de nós a possibilidade de viver para sempre, no Céu – o nosso Schoenstatt eterno.